Este vídeo em destaque publiquei em paralelo em outras redes sociais. Aqui consigo comentar melhor…
Ele me serve de exemplo sobre o quanto demora para desenvolvermos alguma coisa específica na área. No meu caso, e no caso da cozinha turca, de onde surgiram os kebabs (que podem ser sanduíches, na versão mais famosa pelo mundo ou pratos de churrasco), busquei durante anos desenvolver o pão correto para fazer o sanduiche, que é basicamente uma esfiha finíssima, que enrola um belo espeto de kafta de cordeiro à moda da cidade de Adana.
Sem o pão ser flexível e crocante, não existe chance de concretizá-lo. Por muitos anos consegui a crocância, mas nunca a flexibilidade em paralelo. Em outras vezes, havia muita flexibilidade, mas nenhuma crocância, o que deixava o pão borrachudo.
A partir de 2014, percebi que o mercado de farinhas brasileiras ou importadas foi se transformando, inclusive participei de uma viagem para a Itália, com o pessoal da Le5 Stagioni em 2018, onde entendi como os napolitanos lidam com seus pães e suas massas para pizzas.
Depois de muita procura por farinhas específicas, comecei a estudar os laudos dos moinhos brasileiros, fazer muitas continhas e fui chegando ao que eu podia, foram 4 anos. Hoje em dia, cheguei a uma mistura de farinhas (no plural sim!) e água que me possibilita preparar o produto.
Mas preste atenção, o produto tem de ter relação com o negócio. Eu até me atrevo a colocar meu toque em alguns produtos e minha personalidade, afinal, vendo para brasileiros, mas me recuso a fazer as invenciones que tanto critico como forma apenas e tão somente de chamar a atenção das pessoas. Produto bom tem pesquisa, em geral raízes histórias, texturas, cores, sabores e temperaturas adequadas. Por último, te leva a uma digestão leve… se puderem experimentem e comentem. Vejam o vídeo.
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