Delivery é bom negócio mesmo?
Cobrar baratinho e oferecer ingredientes baratinhos vale a pena?
Como cliente, fico desanimado de pedir “delivery”. Passo muitos minutos olhando as listas de negócios, que em geral oferecerem as mesmas comidas: hamburguer, pizza, parmegiana, sushi de salmão, bolo de copo, brigadeiros, enfim, é triste. Fora o preço!
Entendo que nem todo produto serve para ser vendido em um delivery. Carnes grelhadas, não servem, batata frita bem-feita, raridade… outros produtos vão bem, como lasanhas, assados, sopas e muitos tipos de sanduíches. Paella, couscous, bacalhau, arroz e feijão, tudo isso funciona. Contudo, temos outros problemas maiores: será que o dono de negócio gastronômico sabe que produtos feitos para delivery são diferentes de produtos vendidos em um salão, feitos na hora?
Você sabia que mesmo uma pizza, tem de ter uma massa correta para o transporte e o tempo no vapor? Sabia que a alface do hamburguer é a primeira coisa a cozinhar no transporte? E coisas com muito molho? tendem a se misturar.
Agora vamos olhar por outra perspectiva: assim como comer em shopping center, pedir delivery em casa ou no escritório tornou-se mais caro do que comer em um restaurante, café, confeitaria, churrascaria, pizzaria, lanchonete do que era anos ou décadas atrás. Empresas como Ifood e Rappi, que inclusive prestam o serviço para mim em meu restaurante, tomam entre 50% a 60% de cada venda sem muito esforço e sem uma prestação de serviço correta ou um relacionamento honesto. Estamos nas mãos deste oligopólio (pra falar a verdade, monopólio da Ifood). Para uma empresa que resolveu aderir a moda das “Dark Kitchens”, viver apenas de delivery é desesperador, pois você perde o controle do raio de venda de seus produtos, e em dias problemáticos, como quando tem eventos no bairro ou a luz acaba devido às chuvas, você nem fatura.
Para delivery, sobraram duas formas de trabalho: um - ganhar muita escala de vendas, o que leva a negócios simples, com menu muito restrito e produtos de baixíssimo custo (o que impacta na qualidade de ingredientes), onde a maior parte dos itens podem ser terceirizados, como no caso de hamburguerias, que se deixar não produzem nada no local, ou seja, não constroem identidade. Dois - cobrar bem caro por produtos únicos, o que logicamente impacta na possiblidade de grandes vendas e bom faturamento, pois comprar uma pizza de qualidade na cidade de São Paulo, nos dias de hoje, pode chegar facilmente a R$150. Dado que a classe média, que me parece ser a principal consumidora da boa gastronomia, vive uma crise sem fim por perda de renda há muitos anos, sobra ao dono de negócio uma única opção: criar produtos específicos para delivery, muito bem-feitos, com originalidade, ótimos ingredientes, que tenham baixíssimo custo. Para isto, tem de entender de vendas, de mercado, de cada ingrediente, de boas técnicas e preparar produtos de fácil aceitação, sem serem tão convencionais. Quer entender melhor? assine aqui a minha newsletter, preciso crescer no número de assinaturas para poder dar aulas ao vivo e investir meu tempo ensinando a você.
Me ajude, recomendando a outras pessoas na área da gastronomia e participe das discussões, minhas dificuldades em meu negócio, e meus estudos na universidade são parecidos com os seus problemas, então vamos buscar melhores soluções.